Brasil, África do Sul, Índia e China pediram nesta sexta-feira aos países industrializados metas de redução de emissões de gases de efeito estufa "muito mais expressivas" tendo em vista a cúpula da ONU sobre o clima no fim do ano. Os países em desenvolvimento "lideram os esforços com ações voluntárias (...), nosso grau de ambição nos leva a exigir dos países desenvolvidos metas de redução de emissões muito mais expressivas que as apresentadas até o momento", disse o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, ao abrir a reunião ministerial do grupo Basic.
O grupo Basic foi criado em 2007 para coordenar as posições dos quatro grandes países emergentes para as negociações no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Os ministros, reunidos até a sexta-feira em Inhotim, interior de Minas Gerais, pediram que os países ricos ampliem na cúpula de Durban, no fim do ano, a vigência do protocolo de Kyoto, um tema que ficou pendente nas conferências anteriores sobre o clima, e que é considerado o principal obstáculo das negociações.
O protocolo de Kyoto, negociado em 1997 e válido até 2012, é o único instrumento de redução de emissões de CO2 existente e que obriga os países industrializados a fazer cortes. "A aprovação de novas metas para países desenvolvidos sob o protocolo de Kyoto será crucial para o êxito da conferência de Durban", assegurou Patriota.
O representante chinês, Xie Zhenhua, vice-presidente da comissão nacional de Desenvolvimento e Reforma, fez um chamado à cooperação dos países em desenvolvimento durante as negociações. A China também destacou que quer "aprofundar o diálogo com os países desenvolvidos, que seja um esforço conjunto para que a conferência de Durban tenha um resultado satisfatório e equilibrado para todas as partes", declarou.A próxima cúpula do clima da ONU, que ocorrerá em Durban de 28 de novembro a 9 de dezembro, buscará consolidar compromissos para a redução das emissões de gases de efeito estufa no planeta para combater o aquecimento global. Na reunião do Basic participam também a futura presidente da conferência da ONU, a ministra sul-africana de Relações Exteriores, Maite Nkoana-mashabane, e o vice-ministro indiano de Meio Ambiente, J.M. Mauskar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário